Caso “Eliza Samudio”


25 de fevereiro de 2013 - em Notícias

Versão de primo de Bruno é polêmica e contraditória, avalia criminalista.

Marcelo Peixoto
repercute entrevista de Jorge Luiz Rosa, no ‘Fantástico’.Defensor falou que júri popular é escolhido independentemente de critérios.
Em entrevista nesta segunda-feira (25), no Bom Dia Minas, o advogado criminalista e professor Marcelo Peixoto falou sobre o que pode acontecer no julgamento do caso Eliza Samudio, depois da entrevista que o primo do goleiro Bruno, Jorge Luiz Rosa, deu ao “Fantástico”, neste domingo (24). Segundo Peixoto, as declarações de Rosa foram polêmicas porque são contraditórias. Jorge é considerado testemunha-chave no caso Eliza Samudio.
De acordo com Peixoto, a versão de Rosa é polêmica pelo fato de haver pontos contraditórios e por se tratar, no primeiro momento, de uma pessoa que estava sob proteção. Ainda conforme o advogado, o mais importante é que as contradições, para que possam ter valor, têm que ser ditas no plenário do julgamento. Veja o que foi falado pelo defensor e assista à íntegra da entrevista no estúdio:
Bom Dia Minas – O primo do Bruno, que a gente acabou de ver na reportagem, essas declarações, de que forma isso pode impactar no julgamento?
Marcelo Peixoto – Ele protagonizou com essas declarações muita polêmica. Então eu analiso que, a chance, uma vez que ele é testemunha, de ser ouvido pelo plenário do Tribunal do Júri é enorme e aí caberá à defesa, bem como à acusação, explorar seu depoimento, no todo, para que os jurados, que irão compor o conselho de sentença, possam decidir até que ponto essas declarações vão interferir na decisão deles.
Bom Dia Minas – O senhor acha então que as declarações trouxeram alguma surpresa para o caso ou não?
Marcelo Peixoto – Na minha avaliação essas declarações trouxeram muita polêmica. Então caberá durante o julgamento…
Bom Dia Minas – Polêmica por quê?
Marcelo Peixoto – Polêmica pelo fato de vários pontos serem contraditórios, por se tratar no primeiro momento de uma pessoa que estava sob proteção, e, às vésperas do julgamento resolve falar e fala sobre vários pontos, sobre vários tópicos, tratando de questões que são relevantes do julgamento.
Bom Dia Minas – Na opinião do senhor, qual foi a principal contradição na entrevista dele?
Marcelo Peixoto – O mais importante que a gente avalia é que essas contradições, para que elas possam ter valor, o que vale é o que vai ser dito por ele no plenário do julgamento. As declarações prévias são mais um combustível para que no plenário todos fiquem atentos ao que ele [Jorge Luiz] vai falar. Eu digo isso por quê? Porque os jurados formados por pessoas comuns, cidadãos de Contagem, são eles quem vão decidir. E caberá a eles essa avaliação e qual será a linha do depoimento dele, ou seja, contradições, que nós chamamos à tona aqui, vão existir ou não vão existir quanto ele prestar depoimento.
Bom Dia Minas – Então, o senhor está dizendo que ele pode estar lá, no salão do júri, e pode ser ouvido então? Não necessariamente, mas pode ser ouvido?
Marcelo Peixoto – Sim, uma vez que ele consta como testemunha do processo e diante da polêmica e da forma que ele depôs, antes que ele prestou esclarecimentos, a chance de ele estar no Tribunal do Júri e prestar declarações, é enorme.
Bom Dia Minas – a juíza Marixa Fabiane fez desmembramento. O julgamento desse caso começou no ano passado, já houve condenação, agora vem o julgamento do Bruno e de mais uma ré. O senhor acha que vai ser mais ágil esse julgamento, mais do que o primeiro, no caso do Macarrão, ou vai demorar muito tempo?
Marcelo Peixoto – O tempo é algo difícil de ser previsto de uma forma objetiva. Todavia, fato é que, neste julgamento, uma vez que foi desmembrado, vão ser julgados dois acusados. Então, com certeza, isso fará com que o julgamento seja mais rápido, uma vez que fossem cinco, quatro acusados porque o número de testemunhas é menor, os réus a serem interrogados têm um tempo menor, é isso faz com que o julgamento seja mais rápido do que fosse uma número maior de acusados, ainda mais que os demais acusados já foram desmembrados. Isso que dizer que na próxima segunda, vão ser julgado duas pessoas apenas, o goleiro Bruno e a ex-mulher dele, a Dayanne Rodrigues.
Bom Dia Minas – Mas pode ser adiado esse julgamento? Há essa possibilidade?
Marcelo Peixoto – Possibilidade técnica sim, mas diante de toda conjuntura que nós temos, já existem defensores públicos de plantão, essa possibilidade de adiamento torna-se uma possibilidade bem remota, mas existe. Mas analisando eu acredito que ela não irá acontecer.
Bom Dia Minas – Como será formado esse júri popular? São sete pessoas?
Marcelo Peixoto – Em um primeiro momento, o que a gente chama de momento decisivo do júri, que é a escolha do Conselho de Sentença. O que é isso? Os cidadãos, os jurados que irão decidir o futuro, que irão absolver ou condenar os acusados. Dentre 25 pessoas são escolhidas sete, seja homem, seja mulher. O importante é que, na escolha, não pode ter qualquer tipo de critério quanto à raça, cor, etnia, bastando para isso, a pessoa tenha mais de 18 anos.

Fonte: http://g1.globo.com/minas-gerais/julgamento-do-caso-eliza-samudio/noticia/2013/02/versao-de-primo-de-bruno-e-polemica-e-contraditoria-avalia-criminalista.html
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